domingo, outubro 01, 2006

Ouvi dizer que existe uma chamada "Verdade Universal"?

Decidi então consultar os filósofos, folheei os seus livros (muitos deles versões on-line), examinei as suas diversas opiniões; achei-os todos orgulhosos, afirmativos, dog­máticos - mesmo no seu pretenso cepticismo -, não ignorando nada, não demonstrando nada, gozando uns com os outros; e esse ponto, que é comum a todos eles, pareceu-me ser o único em que todos concordavam. Triunfantes quando atacam, não têm vigor quando se defendem. Se examinares as suas razões, só as têm pa­ra destruir; se observares os seus caminhos, cada um está limitado ao seu; só se põem de acordo para discutir; prestar-lhes ouvidos não era o meio de me livrar da minha incerteza. Compreendi que a insuficiência do espírito humano é a pri­meira causa dessa prodigiosa diversidade de sentimentos, e que o orgulho é a segunda.

Mesmo que os filósofos tivessem a possibilidade de descobrir a verdade, qual, de entre eles, se interessaria por ela? Cada um de­les sabe muito bem que o seu sistema não tem mais fundamentos que os dos outros; mas sustenta-o, porque é seu. Não houve um único que, tendo chegado a distinguir o verdadeiro e o falso, não ti­vesse preferido a mentira que encontrou à verdade descoberta por outro. Onde se encontra o filósofo que, para defender a sua glória, não enganaria cientemente o género humano? Onde se encontra aquele que, no âmago do seu coração, tem outro propósito que não seja o de se distinguir? Contanto que se eleve acima do vulgar, con­tanto que apague o brilho dos seus concorrentes, que mais deseja ele? O essencial é pensar diferentemente dos outros. Para os cren­tes, é um ateu; para os ateus, seria um crente. Mas porque fui ver tentar ver se na realidade existia uma "Verdade Universal", acabei ficando com ainda mais dúvidas do que tinha quando comecei... Então digam-me sabem voçes responder as minhas perguntas? Por favor... se souberem mandem-me um e-mail!

1 comentário:

Yoseph disse...

muito obrigado pelos teus comentários!